Sempre tive a paranóia das chaves.
Isto é, tenho que andar sempre com as minhas chaves e detesto emprestá-las a quem quer que seja.
Tenho sempre que verificar se a porta está fechada à noite. Uma primeira vez e geralmente uma segunda, frequentemente quando já estou deitada na cama.
Não raramente volto atrás para ter a certeza que fechei o carro.
Um episódio dos gato fedorento resume esta minha mania: uma reunião de obcessivos-compulsivos sentados à volta de uma mesa, que se levantam todos para ir fechar a porta. Sentam-se depois todos. E então há um que diz: eu sei que fechámos a porta. Mas será que a trancámos? E levantam-se todos outra vez. Tão eu.
Viagens pelo mundo, por Portugal, pela rua. Viagens por terras desconhecidas e viagens interiores, viagens na ponta dos dedos através de teclas ou folhas de papel. Pois se o que importa não é o destino mas a viagem, e o que é a vida senão uma grande viagem...
Viajar! Perder países!
Viajar! Perder países!
Ser outro constantemente,
Por a alma não ter raízes
De viver de ver somente!
Não pertencer nem a mim!
Ir em frente, ir a seguir
A ausência de ter um fim,
E a ânsia de o conseguir!
Viajar assim é viagem.
Mas faço-o sem ter de meu
Mais que o sonho da passagem.
O resto é só terra e céu.
Fernando Pessoa
Ser outro constantemente,
Por a alma não ter raízes
De viver de ver somente!
Não pertencer nem a mim!
Ir em frente, ir a seguir
A ausência de ter um fim,
E a ânsia de o conseguir!
Viajar assim é viagem.
Mas faço-o sem ter de meu
Mais que o sonho da passagem.
O resto é só terra e céu.
Fernando Pessoa
Já eu tenho outro problema. Sou tão distraída, e faço tanto tudo no piloto-automático, que de vez em quando tenho sobressaltos como "tranquei a porta?", "apaguei a luz?" ou "não sei do guarda-chuva, deixei no trabalho ou nem sequer o trouxe hoje?" e não consigo mesmo lembrar-me. É tramado...
ResponderEliminarSim, também tenho desses sobressaltos...
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