Viajar! Perder países!

Viajar! Perder países!
Ser outro constantemente,
Por a alma não ter raízes
De viver de ver somente!

Não pertencer nem a mim!
Ir em frente, ir a seguir
A ausência de ter um fim,
E a ânsia de o conseguir!

Viajar assim é viagem.
Mas faço-o sem ter de meu
Mais que o sonho da passagem.
O resto é só terra e céu.

Fernando Pessoa

quinta-feira, 30 de maio de 2013

Seguradoras... odeio-as!! parte II

Primeiro, espero que este tema não esteja para ficar. Gostava imenso de não escrever mais sobre ele, continuando a escrever sobre muitos outros, muito mais agradáveis.
Acho que num dia-a-dia frenético e nem sempre preenchido com os assuntos mais agradáveis, por vezes temos que fazer algum esforço para se manter a cordialidade e um certo sentido de fazer as coisas bem, sem preconceitos, em situações elas próprias desagradáveis.
Mas no caso das seguradoras, particulamente em situações de conflito, é minha firme convicção que, efectivamente, este não pode ser o modo de funcionar.
Infelizmente, só quando se parte para a ameaça, seja de reclamação, seja de indemnização, é que alguma coisa acontece e finalmente começam a ser atendidos não os nossos desejos, mas os nossos direitos.
Será que vale a pena iniciar os contactos ditos normais? Cada vez mais chego à conclusão que, se calhar, mais valia, no primeiro contacto, começar logo com as ameaças de reclamação. Resolvia-se pelos vistos o problema muito mais depressa e eu chateava-me muito menos.

terça-feira, 28 de maio de 2013

Verão, virá, ou não?

Andam a pulular notícias sobre um fraco, fraquinho, Verão que se avizinha.
Este ano também tem sido notável pela quantidade de previsões meteorológicas "ao lado" ou então mesmo erradas, que eu, apesar de ter "fé" na ciência (na realidade a única que tenho, ainda com reticências) vou esperar primeiro que as previsões semanais venham acertadas para depois acreditar nas mensais ou trimestrais.
Aliás, há uma boa década e meia ou mesmo duas décadas atrás, lembro-me de uma previsão do género a que se seguiu um Verão bem quente e que levou o meu pai a sugerir que os "previsores" deveriam ser postos numa jaula em pleno Alentejo para melhor apreciar o verão fresco que tinham previsto.
Portanto, e deste ponto de vista, o povo é sereno, venham de lá as merecidas férias quando chegar a altura e se a praia não estiver perfeita outras coisas haverá para fazer.
Numa outra óptica, até se prevê um Verão quentinho, para nós portugueses, pelo menos. E vamos lá ver até que temperatura irá subir.

sexta-feira, 24 de maio de 2013

Ser-se alérgico é tramado

Já não basta o desconforto, por vezes quase incapacitante, que se tem que suportar, depois é ver a panóplia de medicamentos  prescritos e o preço dos mesmos!!! Irra, não se pode estar doente! E o pior é que as alergias são crónicas... e quando chega à parte da pele nada é comparticipado, como já se sabe.
Agora tenho para ali uns exames para fazer que a muito custo estou a ver se consigo que me digam o preço dos mesmos (inacreditável). Se no meio de medicamentos e exames precisar do escalpe para pagar as contas, pelo menos a parte da pele ficará resolvida...

domingo, 19 de maio de 2013

Momentos XIV

Futebolista: - Agora na escola estamos sempre a treinar para os testes!
(Eu, engolindo à pressa um comentário menos abonatório sobre os mesmos) - O que é que tu preferes fazer? Treinar para os testes ou ter as aulas normais?
Futebolista: -As aulas normais! Assim [só a treinar para os testes] não damos matéria nova!

sábado, 18 de maio de 2013

desabafo ou as causas do cansaço

Hoje levantei-me tão cedo como durante a semana, passei a manhã com o futebolista no seu torneio, voltei para casa, ajudei-o a tomar banho, almoçámos, preparei o saco para ele e para mim para a natação, pus o ursinho a fazer a sesta, cosi umas joelheiras numas das muitas calças do futebolista rotas nos joelhos, saímos para a natação, fui nadar também, ajudei o futebolista com toda a logística para sair da piscina, enfim cheguei a casa ao fim da tarde, ainda estendi uma máquina de roupa, fui dar banho à flaminga, e só não dei ao ursinho também, porque entretanto a avó chegou e ele preferiu-a a ela para essa tarefa.
Dia bastante preenchido, portanto. Mas o que me cansa mesmo, mesmo, mesmo, é que todos os humanos que habitam esta casa me chamem de 5 em 5 segundos (quando não simultaneamente), quando em boa parte das ocasiões poderiam resolver o assunto sem a minha intervenção e na maior parte nas vezes têm outro recurso humano ao lado e eu me encontro na outra ponta da casa, obviamente (e quase sempre) ocupada noutra tarefa qualquer... Atenção de fêmea adulta numa casa é um recurso escasso, é o que é...

quarta-feira, 15 de maio de 2013

Fogo, pá!!! ou um pouco de irracionalidade

A derrota com o Porto foi um balde de água fria. Por ter sido como e quando foi. Tão imensa que me afectou mais do que eu, sempre agarrada à minha racionalidade, gosto de imaginar. Aquilo no fundo não nos é nada, são 11 marmanjos de cada lado a correr atrás de uma bola. Mas ao fim e ao cabo não é possível ficar indiferente.
Não tinha fé nenhuma (nunca tenho, é certo) nesta Final. Não tinha, não sei porquê, talvez porque o Benfica tem este karma das finais europeias, talvez por ter custado tanto a engolir a última derrota, não tinha sequer disponibilidade mental para pensar noutra. Talvez ainda porque é muito difícil de ganhar estes jogos ou, ainda, (e mais provável) como tenho sempre tanto que fazer e pensar, nem um segundo houve para pensar no assunto.
Mas à medida que se aproximou a hora e com o desenrolar do jogo, o corpo e a alma foram-se rendendo, com a preciosa ajuda do futebolista, claramente mais ciente e mais antecipador de tudo do que eu. E foi sofrer a bom sofrer, comer sem perceber bem o que fazia, pôr mecanicamente a comida nos pratos, um olho nos miúdos, o outro na televisão, os ouvidos todos lá.
E (agora é altura de desviar as crianças porque vou ter que começar a praguejar) porra, tinha que ser assim outra vez???!!!! Mas que merda, que raio de karma, jogar assim tão bonito e com tanto virtuosismo para depois morrer na praia outra vez, que porra de lei das probabilidades é esta para o azar vir sempre bater à mesma porta!! Sim, não foram perfeitos, cometeram erros e teriam que rematar mais e melhor, mas estiveram muito bem, houve alguns apontamentos fantásticos, se houvesse nota para a performance, como na ginástica, tinham por certo ganho.
É o jogo, assim como é a vida, não é a lógica nem a justiça que a conduz. E os bifes, na verdade, fizeram um jogo honesto e ganharam, ponto final. E no fundo, o futebol serve também para isto, para libertar tensões e gritar com a vida que às vezes também merece que lhe gritem. Merecíamos todos nós um pouco mais de sorte, já bem basta a porcaria da crise, esta pobreza e esta miséria financeira, mental, social, mais esta vida de correria, esta incerteza que se cola à pele, mais o azar do acidente do carro. Uma pequena vitória hoje não apaga nada disto - os problemas estão cá todos amanhã (também já não há pachorra para a conversa da alienação!!!) mas pelo menos hoje ao serão estávamos todos um pouco mais felizes.
Mas não, ainda não foi desta, afinal vamos é ficar todos ainda um bocadinho mais zangados. E o pior de tudo é que isto pôs muito triste o meu filho!!! E isso, isso, é que mesmo mau de engolir!

terça-feira, 14 de maio de 2013

como uma artista de circo

Às vezes sinto-me uma artista de crico, naquela parte em que o apresentador, para descrever um número arricado e criar suspense entre o público diz assim: Agora, ainda mais difícil!
Pois é, em vários momentos da minha vida me passa esse slogan pela cabeça, Agora, ainda mais difícil!, acompanhado pela musiquinha circense de fundo para acrescentar uma nota cómico-trágica ao acontecimento ou sua antecipação.
Por isso, agora só me ocorre dizer sobre o nosso carro familiar que por acidente de grande azar e ao qual fomos totalmente alheios está parado à espera que as seguradoras dêm o ok para ser reparado: Agora, ainda mais difícil, cinco dentro de um Polo!!

quarta-feira, 8 de maio de 2013

Música para os meus ouvidos

Dia de actividade com a família na sala do ursinho. Uma guitarra, umas folhas com música e acordes, um saco cheio de instrumentos para experimentarem no fim. Uma grande animação.
À tarde, em casa, eu na varanda a estender a roupa, aproxima-se o ursinho e diz simplesmente assim:
-Foi muito giro, a música hoje.
Mais tarde ainda, ao deitar:
Mãe - Então ursinho, de que música gostaste mais?
Ursinho: Ah, do pai a tocar viola, da mãe a cantar...
É nestas alturas que me sinto o ser mais afortunado de todos.

O polícia mau

Esta agora está na moda, a história do polícia bom e do polícia mau. Ora se eu fosse polícia era certamente o polícia mau. O polícia mau é aquele que ninguém quer ser, mas que também tem que existir, porque às vezes tem mesmo que ser. Já estou acostumada a dizer presente! quando é preciso um polícia mau, o que não quer dizer que na maior parte das vezes não me chateie ter que fazer esse papel. De vez em quando, só de vez em quando, também gostava de ter a oportunidade de ser o polícia bom. Ou até de não ser polícia nenhum. De mais para mais, de polícias maus ninguém gosta. Se calhar devia era pensar de vez em quando em ser o ladrão. Até para provocar nos outros algumas saudades do polícia mau.

segunda-feira, 6 de maio de 2013

Grândola, vila morena



CD Maio, Maduro Maio a tocar no carro.
-Mãe, põe a música 5, por favor. – pede o futebolista. – É que eu quero aprendê-la de cor.
-Para que queres aprendê-la de cor?
-É para quando for a uma manifestação.

sexta-feira, 3 de maio de 2013

Será que estou...

...constipada, ou é mais uma vez apenas alergia, que desta vez me fez dormir mal e levantar com as galinhas, quando podia ter aproveitado mais uma meia horinha de descanso?
Seria interessante ter estimativas da percentagem de alérgicos, sua evolução, medição do dispêndio que provoca, aos próprios e ao Estado e uma qualquer forma de estimativa da diminuição da qualidade de vida que acarretam. Será que estão mesmo a aumentar ou simplesmente sabe-se hoje mais sobre elas? Um eventual aumento estará directamente relacionado com o nosso modo de vida e com a forma como transformamos o planeta? Reflexões de um sábado às 7 da manhã.

É um passarinho... coitadinho!

Observação da flaminga ao ver o pato assado no tabuleiro.

Oito anos

O texto já não vem no dia certo, mas porque nesse dia e por causa desse dia estive tão ocupada, só chega agora.
Parabéns futebolista! E um enorme obrigada por teres vindo.
Curioso que, cabendo a nós, pais, o papel de educadores, foste tu, até hoje, a pessoa com quem eu mais aprendi e que em menos tempo conseguiu mudar a forma como vejo o mundo, as coisas, as pessoas e eu própria.
Oito anos e tantas descobertas mútuas, tantas alegrias, tantos risos, tantos mimos. E também tantas preocupações, apertos no coração, dúvidas e, por vezes, até, alguns pesos na consciência. No fundo o crescimento é isto, o teu, o meu, o nosso. Sobretudo oito anos de tanta felicidade de te ter aqui, de te ver crescer e tomar consciência de ti e dos outros. Admiro as virtudes que tu tens e eu não, tal como consigo encaixar melhor os defeitos que tu tens e eu não. E comovem-me as virtudes que tu tens e eu também, e sou talvez menos paciente para os defeitos que partilhamos os dois.
Um abraço muito grande e muito forte e continua sempre, assim, a ser exactamente como és.