Viajar! Perder países!

Viajar! Perder países!
Ser outro constantemente,
Por a alma não ter raízes
De viver de ver somente!

Não pertencer nem a mim!
Ir em frente, ir a seguir
A ausência de ter um fim,
E a ânsia de o conseguir!

Viajar assim é viagem.
Mas faço-o sem ter de meu
Mais que o sonho da passagem.
O resto é só terra e céu.

Fernando Pessoa

quarta-feira, 9 de janeiro de 2013

Viagens... a passo rápido

Foi mais ou menos uma promessa a mim mesma. Algo que me fazia falta há muito tempo, e eu sabia bem disso. Quando crescemos a fazer desporto, e gostamos, sabemos que nos faz muita falta. Os dias em que o fazemos são melhores; os anos em que o fazemos são melhores, melhores para o corpo, melhores para o espírito, melhores para nós e para os outros.
Depois de parar é muito mais difícil começar. Duplamente difícil - é quase humilhante constatar a falta de forma; e é tão difícil recuperá-la.
Nada disto tem a ver com quilos a mais, Natais, ou coisas parecidas! Felizmente que eu e o meu peso temos uma relação muito harmoniosa; sempre foi mais para menos do que para mais, há para aqui um auto-controlo desde a nascença, que nem sei de onde vem, mas que me faz não precisar de contar calorias.
Não, esta decisão foi por mim, por uma questão de bem-estar, em última análise, por uma questão de saúde também.
Como começar? Por objectivos realistas; por algo que dê prazer; por uns momentos a sós comigo; por algo fazível no louco rodopio dos meus dias.
Então vai ser assim: no dia de natação à tarde do futebolista irei também... nadar. Noutros dias, sempre que possível irei... caminhar, caminhar, caminhar a passo rápido, quem sabe, se qualquer dia, já vou a correr. Caminhar e não pensar, ou então pensar em mim, para variar.
Um passo de cada vez. Mas fica escrito, aqui e agora, para ver quanto vale esta força de vontade. Viajante, estás à prova.

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