Viajar! Perder países!

Viajar! Perder países!
Ser outro constantemente,
Por a alma não ter raízes
De viver de ver somente!

Não pertencer nem a mim!
Ir em frente, ir a seguir
A ausência de ter um fim,
E a ânsia de o conseguir!

Viajar assim é viagem.
Mas faço-o sem ter de meu
Mais que o sonho da passagem.
O resto é só terra e céu.

Fernando Pessoa

terça-feira, 8 de janeiro de 2013

Da perigosidade... dos cães

Este tema não me apaixona, mas já vi escrito tanto disparate a este respeito que não me contive. Inspirei-me no famoso blog "Cocó na fralda", e já agora acho que a autora tem uma opinião bastante sensata sobre o tema. Mas eu quero-me pronunciar essencialmente sobre FACTOS e não sobre sentimentos. Antes disso, porém, quero dizer que gosto bastante de cães e que é inegável que são os donos os responsáveis por eles. Agora os factos.
Primeiro facto: há uma série de raças de cães que foram apuradas (leia-se, criadas) para cães de combate. Para entrarem em lutas, e por isso tinham que ser fortes e ter alguma agressividade. O nome pit-bull não é por acaso - foi uma raça desenvolvida para lutar com touros. Por isso, biologicamente, sim, existem cães mais agressivos que outros - o homem cruzou-os preferencialmente para os produzir agressivos. Se essa agressividade pode ser influenciada pelos donos, certamente que pode; se pode ser eliminada, tenho imensas dúvidas que isso se possa garantir, e os variados acidentes que acontecem parecem ser prova disso mesmo.
Segundo facto: a endogamia é um problema em animais domésticos, sobretudo nos de raça. Isto não é verdade só para cães, aliás, é também verdade para pessoas. Uma baixa variabilidade genética aumenta a probabilidade de doenças na descendência, que se podem manifestar também a nível comportamental.

Estas mortes de crianças e idosos vítimas de cães domésticos choca-me imenso. Ah, e tal, a culpa não é dos cães, é dos donos... Uma coisa é certa: alguns cães que avançassem para os meus filhos levavam com a mãe leoa em cima e davam-se mal; outros se calhar davam cabo da mãe leoa... E esta é uma diferença que faz muita diferença. Pelo sim, pelo não, certo tipo de cãezinhos quero-os é ao longe. Pelo menos aqueles dos quais não me conseguir defender.


1 comentário:

  1. Concordo plenamente quanto à genética das raças e à impossibilidade de poder mudar-se alguma da agressividada para a qual foram apurados!

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