Viajar! Perder países!

Viajar! Perder países!
Ser outro constantemente,
Por a alma não ter raízes
De viver de ver somente!

Não pertencer nem a mim!
Ir em frente, ir a seguir
A ausência de ter um fim,
E a ânsia de o conseguir!

Viajar assim é viagem.
Mas faço-o sem ter de meu
Mais que o sonho da passagem.
O resto é só terra e céu.

Fernando Pessoa

sábado, 15 de dezembro de 2012

Viagem... ao universo das armas

É um tema muito pouco natalício, é certo. Mas estes crimes sem sentido e direccionados a pessoas completamente inocentes impressionam-me sempre como se fosse a primeira vez que ouvisse falar deles. É evidente que o mundo está cheio de crimes contra inocentes,e tanto, tanto se poderia dizer sobre isso.
Mas aqui e agora refiro-me ao que ontem aconteceu nos Estados Unidos, uma vez mais, que tem pelos vistos a maior taxa de loucos que têm armas e que escolhem criteriosamente locais e vítimas que não poderiam ser mais alheios ao que o destino lhes traçou.
São pessoas que só podem ser profundamente desequilibradas. Mas como se pode argumentar que possuir armas é um direito e uma liberdade (pasme-se, nalguns Estados dos EUA a única restrição é... que só se pode comprar uma arma(!) por mês) quando os loucos varridos têm tanta facilidade em obtê-las e em assassinar inocentes em barda? E o direito dos pais a terem os filhos seguros numa escola, onde fica?
Odeio armas e, embora seja geralmente um pouco avessa a proibições radicais (que muito frequentemente trazem consequências perversas), não vejo nenhuma boa razão para um cidadão poder adquirir armas (com as excepções profissionais óbvias). E mesmo os que possuem armas de caça deviam ser sujeitos a rigorosos e frequentes avaliações do seu estado psicológico (e os profissionais, polícia, militares também!). É preciso morrerem muitas mais crianças (e outros inocentes) para se reverter esta estúpida e perigosa cultura das armas?


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