Viajar! Perder países!

Viajar! Perder países!
Ser outro constantemente,
Por a alma não ter raízes
De viver de ver somente!

Não pertencer nem a mim!
Ir em frente, ir a seguir
A ausência de ter um fim,
E a ânsia de o conseguir!

Viajar assim é viagem.
Mas faço-o sem ter de meu
Mais que o sonho da passagem.
O resto é só terra e céu.

Fernando Pessoa

quarta-feira, 22 de agosto de 2012

A viagem começa… pela ponta dos seus dedos… ou na hora da verdade?


Uma viagem programada só se torna verdadeiramente real quando alguma coisa acontece. Quando se faz uma reserva, quando se tem um bilhete na mão… Aí começa-se a antecipar, cresce uma excitação interior… que o mais certo é arrefecer até à hora da partida.
Mas há quem não partilhe desta “falsa partida”. Será verdade que para alguns o planeamento da viagem é quase (ou mais!) excitante que a própria viagem? E a que nível deverá ir esse planeamento? Se é certo que o sabor da aventura de ir sem grandes planos é tentador, andar ao serão de local em local à procura de dormida não tem grande romantismo, pelo menos no momento…
A preparação da viagem será responsável por algumas decepções? A idealização daquilo que vamos ver pode não corresponder à realidade. Um pouco como ver o filme depois de ler o livro… geralmente desilude. Será que a imagem que fazemos na nossa cabeça é sempre mais perfeita do que aquilo que nos espera?
Não costumo idealizar viagens – por manifesta falta de tempo não tenho tempo de estudar o que quero ver (nem mesmo para pensar no assunto, na realidade), excepto a partir do momento de entrada no meio de transporte que me levará ao local. Assim, o espírito vai aberto. O que tem vantagens e desvantagens, obviamente.
Que outras experiências haverá entre outros viajantes? Quando começa a viagem afinal – no momento do “embarque”? No momento do primeiro pagamento? Ou do primeiro planeamento? E planear, estudar o que se vai ver? Muito, pouco… ou nada?

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